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Entrevista | Presidente da Associação Catarinense de Oftalmologia alerta para prevenção da cegueira

Por: Marcos Schettini
28/04/2021 19:47
Divulgação

No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de pessoas cegas, um número que poderia ser muito menor se houvesse um diagnóstico e tratamento precoce da doença. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cegueira pode ser revertida em até 80% dos casos que têm acompanhamento médico desde os primeiros sintomas.

Para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças da visão, o médico Ayrton Ramos, presidente da Associação Catarinense de Oftalmologia, concedeu entrevista ao jornalista Marcos Schettini sobre a campanha Abril Marrom, que alerta sobre os principais males que podem levar à cegueira. Confira:


Marcos Schettini: Segundo a OMS, cerca de 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados. Quais são as principais causas da perda de visão?

Ayrton Ramos: Os olhos podem ser afetados por mais de três mil doenças. Destas, quatro são as principais causas da perda de visão: a catarata, a degeneração macular da idade, glaucoma e problemas derivados da diabetes, como retinopatia e edema macular diabético. A catarata, que causa embaçamento e diminuição da visão, é uma das doenças que mais levam à cegueira, mas o problema é reversível com a cirurgia de implante de uma lente dentro do olho. Em casos mais avançados, porém, a perda da visão pode ser irreversível. Mas uma das enfermidades que demandam mais cuidados é o glaucoma, que não apresenta sintomas no começo e quando o paciente percebe que há um problema, acaba sendo muito tarde para que os tratamentos tenham o efeito necessário para reverter a perda de visão.


Schettini: Há doenças de visão mais comuns de acordo com a idade ou o histórico de saúde dos pacientes?

Ayrton Ramos: Sim, no caso de idosos, outro fator de risco é a degeneração macular da idade, que afeta a retina central e pode também não ter cura se não for tratada a tempo. O mesmo ocorre com as doenças da visão decorrentes da diabetes, pois as altas taxas de glicose danificam os vasos sanguíneos e podem causar uma série de problemas, como descolamento de retina, hemorragia, glaucoma e catarata, levando até à cegueira. No caso do glaucoma, os principais fatores de risco são: histórico familiar, pressão intraocular elevada, idade acima de 50 anos, diabetes e descendência negra. Por isso, é fundamental manter uma rotina de exames e consultas com um médico oftalmologista. Cuidar dos olhos é cuidar da qualidade de vida e da saúde de todo o nosso corpo.

Schettini: A Associação Catarinense de Oftalmologia tem feito denúncias sobre o exercício irregular da medicina no Estado. O que vem acontecendo, quais os riscos para a população e como coibir essas irregularidades?

Ayrton Ramos: O volume de denúncias de profissionais não médicos atuando com oferta de consultas oftalmológicas, prescrição de receitas e até mesmo venda casada de produtos e serviços tem crescido nos últimos meses, gerando medidas judiciais encaminhadas às autoridades médicas e legais do Estado. Muitas destas irregularidades, como consultas com optometristas e “promoções” de consulta vinculada à confecção de lentes (o que é vedado por lei), são divulgadas por redes sociais e no comércio. Entre agosto e dezembro de 2020, foram encaminhadas 26 denúncias ao Ministério Público de Santa Catarina, três recursos ao Conselho Superior do Ministério Público de Santa Catarina, uma denúncia ao Procon e sete novas medidas judiciais, segundo nossa assessoria jurídica.


Schettini: De que forma a população pode se informar sobre as doenças de visão e assim se conscientizar para evitar problemas de saúde?

Ayrton Ramos: Recentemente, a Associação Catarinense de Oftalmologia produziu e distribuiu uma cartilha informativa (disponível online gratuitamente neste link: https://abrir.link/ETWIE) sobre mitos e verdades da saúde da visão, o papel de oftalmologistas, optometristas e ópticos, sintomas e tratamentos das principais doenças, entre outras informações de relevância para a população e também para órgãos públicos.


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